Que sonho esse
ou falta dele
em soluços de
ioiô, cansado
vara a noite,
trespassa
pele e lençol?
29/12/2014
12/12/2014
09/12/2014
02/12/2014
17/11/2014
14/11/2014
29/09/2014
marolas
Abafado
som do surdo
coração cansado
de batucar peito alheio,
de voar desafinado.
Garganta em nó
a vida aperta
palavras que movem
nas pás do tempo
marolas verdes. (BF -22/10/2013)
20/08/2014
17/07/2014
Eu pensei
Eu pensei que era amor
quando meio sem jeito
deitava no meu colo
sal, açúcar, açafrão.
Eu pensei que era amor
quando me abria o peito
desfolhava todo pudor,
cócegas no coração.
Eu pensei que era amor
quando ainda desfeito
dizia querer o remanso,
banho de imersão.
Eu pensei que era amor
quando à febre afeito
buscava na corredeira
verde-água de ocasião.
Eu pensei que era amor
quando por certo refeito
dava volta no calendário,
armadilha de roldão.
Eu pensava que era amor
quando sem preceito
pegava uma carona,
passageira de ficção.
quando meio sem jeito
deitava no meu colo
sal, açúcar, açafrão.
Eu pensei que era amor
quando me abria o peito
desfolhava todo pudor,
cócegas no coração.
Eu pensei que era amor
quando ainda desfeito
dizia querer o remanso,
banho de imersão.
Eu pensei que era amor
quando à febre afeito
buscava na corredeira
verde-água de ocasião.
Eu pensei que era amor
quando por certo refeito
dava volta no calendário,
armadilha de roldão.
Eu pensava que era amor
quando sem preceito
pegava uma carona,
passageira de ficção.
11/07/2014
Corpos
Não lhe quero a alma,
mas o corpo.
Coração e cabeça
afinam traço,
às vezes não.
Descompasso
acerta as pernas,
o ritmo eriça,
a pele inflama.
Não lhe dou a alma
mas o corpo.
mas o corpo.
Coração e cabeça
afinam traço,
às vezes não.
Descompasso
acerta as pernas,
o ritmo eriça,
a pele inflama.
Não lhe dou a alma
mas o corpo.
08/07/2014
30/06/2014
Do tempo
Na gramática do viver
minha conjugação
se dá no passado.
De lá vêm em eco
versos e canções.
Acenos e razões
chegam tempos depois.
Futuro não conjugo
nem plural, nem singular,
não sei adiantar.
Mas eu quero aprender
como é trazer em laço
a embalagem do presente.
29/06/2014
Das águas
Sou praia de areia morna
de brisa que acolhe
coqueiro que canta
nuvem que abriga.
Sou onda da maré alta
de trovão que acorda
raio que ilumina
espuma que inunda.
Sou porto de água calma
de cais que recolhe
calado que suporta
verde que intriga.
de brisa que acolhe
coqueiro que canta
nuvem que abriga.
Sou onda da maré alta
de trovão que acorda
raio que ilumina
espuma que inunda.
Sou porto de água calma
de cais que recolhe
calado que suporta
verde que intriga.
28/06/2014
Cinzas
Levaram minha fantasia.
Era usada, até surrada,
mas ainda tinha brilho
do outro carnaval.
Disseram por aí
que a culpa era minha
que deixei na janela,
cuidei pouco dela.
Dum tombo caí
na triste armadilha
que o sonho atrela,
imobiliza na tela.
Na queima das cinzas
veio um gosto de sal
não era eu na fotografia
estampada no jornal
Era usada, até surrada,
mas ainda tinha brilho
do outro carnaval.
Disseram por aí
que a culpa era minha
que deixei na janela,
cuidei pouco dela.
Dum tombo caí
na triste armadilha
que o sonho atrela,
imobiliza na tela.
Na queima das cinzas
veio um gosto de sal
não era eu na fotografia
estampada no jornal
22/06/2014
14/06/2014
Recuerdos
tua falta me dói menos
que tua imagem no sofá
aguardando no escuro
no chegar em casa só.
tua falta me dói menos
que tua voz dizendo
o tanto me gosta
no eco da madrugada.
tua falta me dói menos
que tua mão acendendo
meus pelos, minha pele
no tapete da sala vazia.
tua falta me dói menos
que teu sono ao lado
colado ao meu corpo
na cama desocupada.
tua falta me dói menos
que o contorno na parede
que teu violão deixou
na premissa da melodia.
que tua imagem no sofá
aguardando no escuro
no chegar em casa só.
tua falta me dói menos
que tua voz dizendo
o tanto me gosta
no eco da madrugada.
tua falta me dói menos
que tua mão acendendo
meus pelos, minha pele
no tapete da sala vazia.
tua falta me dói menos
que teu sono ao lado
colado ao meu corpo
na cama desocupada.
tua falta me dói menos
que o contorno na parede
que teu violão deixou
na premissa da melodia.
11/06/2014
Agridoce

a saudade se aninhou
debaixo das cobertas
na cama estreita
e você me laçou.
Arrepio de barba cerrada
nas minhas costas
premência na trança
na dança de pernas.
Dormi no gozo
da música que enfim
você tocou pra mim.
E quando abri os olhos
os seus envergonhados
desviaram para a janela.
Acordei agridoce.
08/06/2014
Só queria
Queria te falar
despido da capa
da indiferença
que não te cabe bem;
limpo do vício
da vingança,
perversa camuflagem.
Queria te falar
forro do medo,
da lança
que te dá coragem;
isento da culpa
da destemperança
do vai e vem.
Queria te falar
nua de virtudes.
despido da capa
da indiferença
que não te cabe bem;
limpo do vício
da vingança,
perversa camuflagem.
Queria te falar
forro do medo,
da lança
que te dá coragem;
isento da culpa
da destemperança
do vai e vem.
Queria te falar
nua de virtudes.
04/06/2014
Sentidos
Tropeço em sombras,
lembranças, cheiros
esquecidos no canto.
Apuro o ouvido para
escutar no silêncio
sobras de risadas,
gritos de gozo, choro.
Sinto o traço da brisa
amornada e fugidia
pela janela fechada.
Aperto entre os lábios
sabor doce, meio acre,
flor de sal que mora
na saliva trocada.
lembranças, cheiros
esquecidos no canto.
Apuro o ouvido para
escutar no silêncio
sobras de risadas,
gritos de gozo, choro.
Sinto o traço da brisa
amornada e fugidia
pela janela fechada.
Aperto entre os lábios
sabor doce, meio acre,
flor de sal que mora
na saliva trocada.
03/06/2014
visitinha
não te espantes
com o perfume:
te visitei no sono
cobri teu corpo
e me abraçaste
enquanto roçava
a boça insone
teus olhos fechados.
com o perfume:
te visitei no sono
cobri teu corpo
e me abraçaste
enquanto roçava
a boça insone
teus olhos fechados.
29/05/2014
Era uma vez...
Tristinho,
asa quebrada
coração partido,
desplumado,
quase desapenado.
Por ninho
emprestei abraço
no bico tortinho
soprei calor,
naquele verão
cantou baixinho.
No inverno, voo
inda em desalinho
novo som entoando
trazia um raminho,
ia e vinha
trocando carinho.
Dez luas brilharam
cada vez mais perto,
buscando longe
novo abrigo
ia e vinha
trocando caminho.
Subiu tão alto
já não o via
perdido em nuvens.
De espinho ferido
tombou em redemoinho
de susto caiu perto
quedou sozinho
o passarinho.
asa quebrada
coração partido,
desplumado,
quase desapenado.
Por ninho
emprestei abraço
no bico tortinho
soprei calor,
naquele verão
cantou baixinho.
No inverno, voo
inda em desalinho
novo som entoando
trazia um raminho,
ia e vinha
trocando carinho.
Dez luas brilharam
cada vez mais perto,
buscando longe
novo abrigo
ia e vinha
trocando caminho.
Subiu tão alto
já não o via
perdido em nuvens.
De espinho ferido
tombou em redemoinho
de susto caiu perto
quedou sozinho
o passarinho.
26/05/2014
Ah, menina
Ah,
menina,
não
precisa chorar.
Seu
amor tão grande
esparramado
no ar
brinca
comigo
em
cada leito ou olhar.
Miro
olhos castanhos
pinto
de qualquer cor
desde
que faça
meu
mundo verdejar.
Ah,
menina,
não
precisa chorar
Afago
seios rosados
afundo
em ventre esguio
entre
coxas morenas
é
de você a alegoria.
Sinto
o ácido da saliva
em
lábios arredios
percorro
nuca macia
em
festa de arrepios.
Ah,
menina,
não
precisa chorar
Sussurro
confidências
desmaio
de prazer
privação
ou demência
dentro
e fora de você.
Sorvo
da fruta madura
lambuzado
sentimento
órfão
mais que saudoso
deito
pra descansar.
Ah,
menina
Se
quiser pode chorar.
23/05/2014
21/05/2014
Carona
16/05/2014
Maturidade
Gosto quando vejo
nos olhos miúdos
do menino travesso
brincando no rosado
dos meus seios
lembranças de rosas,
caliandras, narcisos,
amores mais-que-perfeitos
numa dança de matizes
que o olhar embaça
E atiça.
Então me faço múltipla
nas tantas andarilhas
dos seus sonhos,
na sua boca me desfaço
e me disfarço em verso.
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