Trancada, esquisita,
essa minha escrita
que entra pela janela
pródiga de vida
encolhida.
Recolhe, ainda aflita,
voos de liberdade,
alegria de passarinho,
um aceno do vizinho.
Vigia sempre, contrita,
desenhos nas nuvens,
a chuva inclemente,
o penar do poente.
Trancada, esquisita,
essa minha escrita,
que esparrela,
encontra a mulher
e se lambuza dela.