17/07/2014

Eu pensei

Eu pensei que era amor
quando meio sem jeito
deitava no meu colo
sal, açúcar, açafrão.

Eu pensei que era amor
quando me abria o peito
desfolhava todo pudor,
cócegas no coração.

Eu pensei que era amor
quando ainda desfeito
dizia querer o remanso,
banho de imersão.

Eu pensei que era amor
quando à febre afeito
buscava na corredeira
verde-água de ocasião.

Eu pensei que era amor
quando por certo refeito
dava volta no calendário,
armadilha de roldão.


Eu pensava que era amor
quando sem preceito
pegava uma carona,
passageira de ficção.

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