08/07/2020

Caminhos

Quando não vejo caminho
tiro a máscara,
desembaço as lentes,
vasculho o passado
para ver onde me perdi.

Foi numa dobra do pensar,
num esgar do sentimento,
entre as roupas na máquina,
ou na poeira dos quadros.

No fundo da gaveta
de guardar lembranças;
quem sabe, ainda,
na cama desfeita.

Olhar assim de revés
será de pouca ajuda
se andar para trás
aumenta a lonjura.

Ainda posso lavar pratos,
descobrir como chegar
onde me leva o nariz.
Tanto faz se não me fiz.

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