30/06/2014
Do tempo
Na gramática do viver
minha conjugação
se dá no passado.
De lá vêm em eco
versos e canções.
Acenos e razões
chegam tempos depois.
Futuro não conjugo
nem plural, nem singular,
não sei adiantar.
Mas eu quero aprender
como é trazer em laço
a embalagem do presente.
29/06/2014
Das águas
Sou praia de areia morna
de brisa que acolhe
coqueiro que canta
nuvem que abriga.
Sou onda da maré alta
de trovão que acorda
raio que ilumina
espuma que inunda.
Sou porto de água calma
de cais que recolhe
calado que suporta
verde que intriga.
de brisa que acolhe
coqueiro que canta
nuvem que abriga.
Sou onda da maré alta
de trovão que acorda
raio que ilumina
espuma que inunda.
Sou porto de água calma
de cais que recolhe
calado que suporta
verde que intriga.
28/06/2014
Cinzas
Levaram minha fantasia.
Era usada, até surrada,
mas ainda tinha brilho
do outro carnaval.
Disseram por aí
que a culpa era minha
que deixei na janela,
cuidei pouco dela.
Dum tombo caí
na triste armadilha
que o sonho atrela,
imobiliza na tela.
Na queima das cinzas
veio um gosto de sal
não era eu na fotografia
estampada no jornal
Era usada, até surrada,
mas ainda tinha brilho
do outro carnaval.
Disseram por aí
que a culpa era minha
que deixei na janela,
cuidei pouco dela.
Dum tombo caí
na triste armadilha
que o sonho atrela,
imobiliza na tela.
Na queima das cinzas
veio um gosto de sal
não era eu na fotografia
estampada no jornal
22/06/2014
14/06/2014
Recuerdos
tua falta me dói menos
que tua imagem no sofá
aguardando no escuro
no chegar em casa só.
tua falta me dói menos
que tua voz dizendo
o tanto me gosta
no eco da madrugada.
tua falta me dói menos
que tua mão acendendo
meus pelos, minha pele
no tapete da sala vazia.
tua falta me dói menos
que teu sono ao lado
colado ao meu corpo
na cama desocupada.
tua falta me dói menos
que o contorno na parede
que teu violão deixou
na premissa da melodia.
que tua imagem no sofá
aguardando no escuro
no chegar em casa só.
tua falta me dói menos
que tua voz dizendo
o tanto me gosta
no eco da madrugada.
tua falta me dói menos
que tua mão acendendo
meus pelos, minha pele
no tapete da sala vazia.
tua falta me dói menos
que teu sono ao lado
colado ao meu corpo
na cama desocupada.
tua falta me dói menos
que o contorno na parede
que teu violão deixou
na premissa da melodia.
11/06/2014
Agridoce

a saudade se aninhou
debaixo das cobertas
na cama estreita
e você me laçou.
Arrepio de barba cerrada
nas minhas costas
premência na trança
na dança de pernas.
Dormi no gozo
da música que enfim
você tocou pra mim.
E quando abri os olhos
os seus envergonhados
desviaram para a janela.
Acordei agridoce.
08/06/2014
Só queria
Queria te falar
despido da capa
da indiferença
que não te cabe bem;
limpo do vício
da vingança,
perversa camuflagem.
Queria te falar
forro do medo,
da lança
que te dá coragem;
isento da culpa
da destemperança
do vai e vem.
Queria te falar
nua de virtudes.
despido da capa
da indiferença
que não te cabe bem;
limpo do vício
da vingança,
perversa camuflagem.
Queria te falar
forro do medo,
da lança
que te dá coragem;
isento da culpa
da destemperança
do vai e vem.
Queria te falar
nua de virtudes.
04/06/2014
Sentidos
Tropeço em sombras,
lembranças, cheiros
esquecidos no canto.
Apuro o ouvido para
escutar no silêncio
sobras de risadas,
gritos de gozo, choro.
Sinto o traço da brisa
amornada e fugidia
pela janela fechada.
Aperto entre os lábios
sabor doce, meio acre,
flor de sal que mora
na saliva trocada.
lembranças, cheiros
esquecidos no canto.
Apuro o ouvido para
escutar no silêncio
sobras de risadas,
gritos de gozo, choro.
Sinto o traço da brisa
amornada e fugidia
pela janela fechada.
Aperto entre os lábios
sabor doce, meio acre,
flor de sal que mora
na saliva trocada.
03/06/2014
visitinha
não te espantes
com o perfume:
te visitei no sono
cobri teu corpo
e me abraçaste
enquanto roçava
a boça insone
teus olhos fechados.
com o perfume:
te visitei no sono
cobri teu corpo
e me abraçaste
enquanto roçava
a boça insone
teus olhos fechados.
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